quinta-feira, 21 de julho de 2011

A formação de Dourado.




O surgimento de Dourado e de outros municípios do interior paulista foi conseqüência de um movimento migratório surgido no início do século 19. À época, o estado de Minas Gerais passava por uma forte crise econômica em decorrência do declínio das minas de ouro. Paralelamente, muitas regiões do estado mineiro também passavam por transformações econômicas marcantes, como a que deu início à atividade pastoril. Esta, porém, exigia altos investimentos na aquisição de terras para a criação do gado e do burro e o cenário contribuía para o início da imigração: a imensa quantidade de famílias numerosas aliado ao inviável valor cobrado pelas terras forçaram os povoados a buscar alternativas de trabalho e renda para dar prosseguimento às suas famílias.

Muitas famílias mineiras das regiões Sul (Alfenas, Caldas, Campanha, Ouro Fino e Pouso Alegre) e Central (Campo Belo, Formiga, Piuím e São Bento do Tamanduá) decidiram partir para “Boca do Sertão”, como era conhecida na época a região de Araraquara, em busca de boas terras para criar e plantar. Antes de chegarem ao destino, os migrantes passaram por grandes dificuldades durante o percurso. Eles viajaram em carros de bois e em lombos de burros levando uma bagagem extensa: familiares, criações e, em alguns casos, seus escravos. Como o percurso era longo, a mudança era feita sempre em caravanas. Quem precisava de mais cuidado, como os velhos e as crianças pequenas, por exemplo, gozavam o privilégio de viajarem em jacás, colocados em cima dos burros. Em 1820, haviam dois trajetos mais conhecidos pelos migrantes. Um passava por Casa Branca, Franca e Batatais, antes de chegar à vila de Araraquara. No outro percurso, as famílias passavam por Mogi-Mirim em direção a Itaqueri da Serra.





Basicamente, esse foi um dos movimentos que deram origem aos municípios do interior paulista – em especial das regiões Norte e Central. Araraquara, Itirapina (antiga Itaqueri da Serra), Brotas, Jaú e Dois Córregos são alguns exemplos. De acordo com relatos e registros históricos, o município de Brotas chamava mais a atenção dos migrantes mineiros. Foi nesse período que surgiu uma capela na Serra de Itaqueri, na região que pertencia Araraquara, conhecida como Fazenda Velha”. Foi nessa localidade que começaram a se estabelecer as primeiras famílias mineiras.

Mais adiante em outro local, conhecido como “Serra do Dourado”, foram chegando migrantes que utilizaram uma estrada aberta pelos bandeirantes. Eles construíram algumas choupanas, que deu origem a um pequeno burgo chamado Bebedouro.

As transações comerciais de terras eram feitas, até meados do século 19, praticamente sem formalidades. O máximo que existia, nesses casos, era a assinatura de uma Escritura particular. Foi então que em 1850, o governo estadual criou uma lei que passou a obrigar os fazendeiros a regularizar suas propriedades rurais. Todos os registros passaram a ser feitos pelos padres, em livros que ficavam nas igrejas. O documento era nomeado de “Registro Paroquial de Terras”, um importante material que passou a esclarecer a origem das propriedades particulares das terras brasileiras.






É justamente no livro de número vinte, da Freguesia de Brotas, que está uma das primeiras referências históricas feitas a Dourado. Lá, no registro número sessenta do ano de 1856, feito em 5 de maio, há o registro de José Alves de Lima, natural de São José das Formigas, hoje conhecida como Paraisópolis, Minas Gerais. Está escrito no documento a seguinte referência “...no lugar denominado Dourado, que havia por posse feita há 26 anos mais ou menos”, por volta de 1830. Mais adiante, no dia 27 de maio do mesmo ano, Antonio José Vieira registrava uma parte de terras no valor de 285 mil réis e mais de oito alqueires de terras lavradas no local denominado Sítio das Contendas, situadas no “Bairro do Dourado” (folha cento e doze, registro número duzentos e quinze). Ainda em maio de 1856, Maria Francisca de Jesus, viúva de Joaquim Pereira de Araújo, também mineiro, registrava suas terras no “Sítio do Dourado”, situado às margens do Rio Jacaré-Pepira (folha cento e um verso, registro número cento e noventa).

 
Com o passar do tempo, o povoado foi aumentando. Por volta de 1880, o capitão José Modesto de Abreu, um dos mais antigos moradores do local, doou uma gleba de terras incultas, situadas na “Serra do Dourado”, dando início à formação do povoado local, que recebeu o nome de São João Batista de Dourados. À José Modesto de Abreu, aliás, é creditada a fundação do que mais tarde seria o município de Dourado, por ter construído um rancho em suas terras situadas justamente na “Serra do Dourado”, em torno do qual deu-se início ao povoado.

São João Batista de Dourados crescia e, naturalmente, com o passar do tempo adquiriu supremacia em relação a Bebedouro, que se transformou, por sua vez, num bairro da localidade principal.

Em 1876, por meio de uma lei provincial, o bairro ganhou uma cadeira de primeiras letras. O que era uma pequena capela já se tornara em um capelão curado, onde eram oficializados casamentos, batizados e até o sacramento dos moribundos.

Francisco Eleodoro dos Santos, Bento Luis de Souza, Francisco Antonio Simões, José Alves de Lima, os irmãos Gomes de Freitas, e a família Correa dos Reis ou Correa de Toledo foram considerados os primeiros povoadores.

As primeiras famílias que ali chegaram tinham plantação e criação modestas, unicamente para o consumo. Criavam gado e porco e plantavam basicamente milho, feijão, algodão e cana-de-açúcar. As transformações da região foram impulsionadas pela introdução do café e também pela abolição da escravatura. Várias fazendas surgiram no local e muitos imigrantes italianos e espanhóis chegaram para substituir o trabalho escravo nas plantações.

Em 1876 o povoado tornou Curato e depois, em 1891, foi elevado à condição de Distrito de Paz, quando passou a ser denominado de Dourado. Apenas seis anos depois, em 1897, em 19 de maio, o então distrito de Brotas recebeu o título de município de Dourado.

Nessa época (de 1891 a 1897) a agricultura já exercia papel determinante na vida econômica do recém-criado município. Entretanto, em 1900 era inaugurada a Companhia de Estrada de Ferro do Dourado (Douradense), com sede na cidade de Dourado. A ferrovia teve seu apogeu concomitantemente à cultura de café, que ocupava em 1920 uma área de 5.902 hectares, o equivalente a 27,7% do território total, cujo cultivo era feito por 60% das propriedades de Dourado.

Atrelado ao sucesso do café, a Ferrovia Douradense integrava diversos municípios aos grandes centros, como Santos e São Paulo, de forma a viabilizar as exportações do café da região. A Companhia de Estrada de Ferro do Dourado atendia às cidades de Ribeirão Bonito, Boa Esperança do Sul, Bocaina, Bariri, Jaú, Borborema, Tabatinga, Gavião Peixoto, Nova Europa, Ibitinga, Itápolis e Trabijú, dentre outras localidades, ultrapassando a extensão de 300 quilômetros de trilhos.

De 1900 até 1930 Dourado viveu seu apogeu, chegando a possuir aproximadamente 18.000 habitantes, e exercia relativa influência nas cidades que integravam a sua microrregião.

Com a crise de 1929, começou a redução das áreas de café do município, que à época chegou a incrível marca de 60,3% do território de Dourado. As áreas foram aos poucos substituídas pela cultura do algodão e milho. Na década de 60 a estrada de ferro, já encampada pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, deixou de operar, transferindo de Dourado para outras cidades enorme contingente de ferroviários, estimado em cerca de trezentos. Com esse fato, aliado à queda da cultura do café, Dourado, que já apresentava dificuldades para se manter no mesmo nível de desenvolvimento dos anos anteriores, sofre enorme impacto, que refletiu intensamente na sua situação sócio-econômica.

Mesmo com essas fortes transformações, Dourado nunca chegou a exercer um papel de grande centro econômico regional, sempre conservou suas características de pequena cidade do interior. A mistura de povos, mineiros e europeus, criou um ambiente caseiro que rapidamente se adaptou ao fato de o município ter diminuído seu número de habitantes praticamente pela metade. Hoje vivem em Dourado aproximadamente nove mil pessoas.




Dados e fotos da Pesquisa:
Site - Prefeitura Municipal de Dourado.



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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Festa de São João Batista - Tradição em Dourado.

Encontrado em arquivo pessoal do douradense José Miguel Demeti um folheto datado de 01 de junho de 1902 demonstra a tradição da Festa de São João Batista há mais de 100 anos em Dourado.
Além do registro histórico mostra a solidariedade dos cidadãos douradenses que distribuiam suas participações em várias atividades da paróquia de São João Batista.
A alvorada com a banda, fogos despertando a população sempre foi sinal do início das festas onde na ocasião também prestigiava-se São Sebastião.
As festas regionais tem como característica a variedade cultural, danças e comidas típicas de cada região e na maior parte das cidades onde esta manifestação acontece movimentam o setor turistico.


(Clique na foto)





Confira as principais festas regionais brasileiras:

Festa de N. Sra. da Achiropita: É uma das mais tradicionais da cidade de São Paulo, trazida por imigrantes italianos da região da Calábria e realizada nos fins de semana de agosto no bairro do Bexiga. No evento é servido grande quantidade de massas e vinho e o público participa da procissão em louvor à Nossa Senhora.


Festa do Divino Espírito Santo: É uma das mais antigas práticas do catolicismo popular originada em Portugal no século XI. Festejada após a Páscoa, no dia de Pentecostes - quando o Espírito Santo desceu do céu sobre os apóstolos de Cristo, segundo o Novo Testamento -, tem como elementos característicos a pomba branca e a Santa Coroa, a coroação de imperadores e a distribuição de esmolas.


Círio de Nazaré em Belém do Pará: O Círio de Nazaré é uma romaria portuguesa que segue até o Santuário de Nossa Senhora da Nazaré. No Brasil, é celebrado desde 1793, no segundo domingo de outubro, na cidade de Belém do Pará, partindo da Catedral da Sé. Círio em latim significa vela grande, pois a celebração era realizada durante a noite, daí o uso das velas.


Carnaval: O Carnaval é a maior festa popular do país. Dura quatro dias e prepara para o início da Quaresma, na quarta-feira de cinzas, quando os fiéis usam as cinzas da queima dos ramos (do Domingo de Ramos) para se benzer. Os maiores atrativos, principalmente para estrangeiros, são os desfiles das escolas ou dos blocos de rua. No Rio de Janeiro o desfile acontece na Avenida Marquês de Sapucaí. Em São Paulo, o Carnaval era antes uma festa restrita aos salões, mas hoje segue a influência carioca. Em Salvador, os foliões lotam as ruas da capital baiana, animados por trios elétricos – caminhões equipados com músicos. Em Pernambuco, onde os carnavais de Olinda e de Recife se destacam, os destaques são o frevo e os tradicionais bonecos gigantes.
Pavel Chernec/Embratur
  • O festival folclórico de Parintins é uma festa popular realizada anualmente
Festival de Parintins: Grande celebração folclórica, mobiliza a cidade amazonense de Parintins, em torno da disputa entre os bois Caprichoso e Garantido. Durante a festa acontecem desfiles de carros alegóricos, coreografias e muita música. O espetáculo é realizado anualmente no mês de junho.

Bumba-meu-boi: um dos folguedos mais tradicionais do Brasil, o bumba-meu-boi mistura teatro, dança, música e circo. É uma festividade muito popular em São Luís, capital do estado do Maranhão, e também ocorre em junho.

Micaretas: São os carnavais fora de época. Foram criados na cidade baiana de Feira de Santana, em 1937, por um grupo de pessoas inconformadas com a não realização do Carnaval daquele ano, devido às fortes chuvas. Fez tanto sucesso que virou mania nacional. Desde os anos 90 as Micaretas acontecem em cidades brasileiras.

Folia de Reis: Na tradição católica, a passagem bíblica em que os reis magos, Melchior, Baltazar e Gaspar visitaram Jesus tornou-se data consagrada. Na cultura brasileira, os festejos de Natal eram comemorados por grupos que visitavam as casas tocando músicas alegres em louvor aos “Santos Reis” e ao nascimento de Cristo e estendiam-se até a data dos Reis Magos. Na cidade de Muqui, sul do Espírito Santo, acontece desde 1950 o maior e mais antigo encontro de Folia de Reis, que reúne cerca de 90 grupos vários estados do país.

Festa da Uva: A tradicional festa de origem italiana é realizada a cada dois anos em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Inicialmente era uma reverência à colheita da fruta, mas se expandiu e perdeu o caráter local. A feira agro-industrial, que faz parte do evento, é visitada por mais de 300 mil pessoas e o conhecido concurso de rainha da uva.

Nossa Senhora de Aparecida: No dia da Padroeira do Brasil, milhões de romeiros visitam o Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, localizado no município de Aparecida, em São Paulo. A data celebrada, 12 de Outubro, é um feriado nacional.

Festa do peão de boiadeiro de Barretos: Realizada desde 1955, acontece nas duas últimas semanas de agosto, em Barretos, no interior de São Paulo. Além dos rodeios de cavalos e touros, há outras modalidades e shows. Hoje é considerada uma das maiores festas de boiadeiro do mundo devido à ampla estrutura e qualidade dos competidores e animais.

Oktoberfest: A festa catarinense, que acontece no mês de outubro em Blumenau, foi criada nos moldes do festival realizado em Munique, na Alemanha. Atrai todos os anos cerca de 600 mil pessoas, que se divertem com música, dança, cerveja e gastronomia típica.


Festas de São João: Durante todo o mês de junho, Campina Grande, na Paraíba, recebe milhões de turistas na maior festa junina do país. Antigamente, na cidade, aconteciam festas como São João, Santo Antônio e São Pedro. Eram organizadas por pequenos grupos em fazendas, sítios, granjas e clubes, que se reuniam em volta das fogueiras, ao som do forró. Em 1983, a administração municipal decidiu concentrar as festas juninas no centro da cidade. O local do evento foi um terreno que mais tarde virou o Parque do Povo, onde acontecem as grandes atrações da festa: os campeonatos de quadrilhas e os casamentos coletivos.
Outra festa que disputa com Campina Grande o título de Maior São João do Mundo é a do município pernambucano de Caruaru. As comemorações, que duram mais de um mês, levam milhares de pessoas à cidade, atraídos pelos shows, apresentações de dança e comidas típicas.
Outro estado que também vem se destacando nas festas de São João é a Bahia, que tem investido e crescido muito como ponto turístico nesta época do ano.


Festa de Navegantes: A maior festa religiosa de Porto Alegre acontece em 2 de fevereiro e homenageia a Nossa Senhora dos Navegantes. Originalmente, era uma procissão fluvial que levava a imagem da santa do cais do porto do Rio Guaíba até a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes. Hoje, por determinação da Capitania dos Portos, a procissão é terrestre, levando a imagem desde a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no centro da cidade, até a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes.




Fonte de Pesquisa:
Brasil Turismo.
Site: http://www.brasil.gov.br

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terça-feira, 5 de julho de 2011

Educação Ambiental em Dourado.

Santa Clara Eco Resort usa educação ambiental como instrumento educativo e de lazer.



Todos já conhecem as opções de descanso, lazer e diversão junto à natureza que o Santa Clara Eco Resort proporciona a seus hóspedes.

Porém, além disso, o hotel oferece pacotes para as escolas que incluem atividades de educação ambiental que proporcionam, entre outras coisas, caminhada pela mata nativa às margens do Córrego Vermelho, dentro da Bacia Hidrográfica Tietê-Jacaré, visita a uma pequena propriedade rural que cultiva e processa café, visita à produção completa de queijos e derivados de leite de búfalas e criação desses animais.

O “Cardápio de Aprendizagem” tem como idéia básica propor itens que possam ser trabalhados, explorados e incorporados pelos alunos, proporcionando uma formação diferenciada que traz a vivência de assuntos abordados em sala de aula e relacionados ao meio ambiente.

Estas atividades visam criar condições para que o aluno entenda a importância da preservação ambiental, conheçam diferentes culturas agropecuárias, participem de atividades eco turísticas de baixo impacto ambiental, compreendendo a importância do turismo autossustentável.

As crianças e os adolescentes terão a garantia de um passeio seguro, repleto de diversão, aventura e conhecimento.

Fonte de Pesquisa:
Jornal da Cidade – A Informação a Serviço da Cidadania.
Dourado, 20 de março de 2011 – Edição Nº 14 – página 8.
Colaboração: Edson Alves da Fonseca



PIQUENIQUE EDUCATIVO: Monitor explica assuntos relacionados ao meio ambiente para
garotada.




Aprender Brincando: Visita inclui passeios em vários locais da paisagem de Dourado.





NA ROTA DA DIVERSÃO: Grupo de crianças percorre trilha da vegetação douradense;
elas são acompanhadas por monitores que "dão aulas" de meio ambiente para visitantes.






Fotos de Propriedades Rurais em Dourado.























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