terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Indalécio Foschini, o mais antigo comerciante de Dourado


Mais antigo comerciante de Dourado, Indalécio Foschini soube acompanhar as mudanças que a cidade passou ao longo de seus 80 anos de vida. “Não sou um saudosista. Acho que nosso município melhorou”, brinca.

Mas toca seu comércio como antigamente. Os móveis são praticamente os mesmos conservados da época em que montou o Empório da Cidade, há cerca de 50 anos. Quem atesta é seu funcionário Aparecido Valentin Calderone, 49 anos, o Cido, que trabalha para seu Indalécio desde quando tinha 16. “Mudamos apenas algumas prateleiras de lugar”, revela.

Aliás, o modo de atender também é o mesmo — o cliente pede o que deseja no balcão, e Cido é quem pega os produtos.

Filho de imigrantes italianos, seu Indalécio vive hoje com sua esposa, Maria Genoveva Ferro Freitas Foschini, com quem teve três filhos: Ivan, Wagner e Elizeth. Hoje, o casal Foschini já tem cinco netos — Marina, Wagner Jr., João Guilherme, Larissa e Thaís.

Seu Indalécio lembra da época em que a diversão dos jovens era outra — os tradicionais passeios em volta da Praça da Matriz ou mesmo os inesquecíveis bailes sediados no Dourado Clube. “As bandas atraiam muitas pessoas. Lembro que certa vez num baile tinham 42 mesas totalmente ocupadas”, diz ele.

Como quase todos os moradores, seu Indalécio estudou na Escola Senador Carlos José Botelho, época em que viveu num sítio onde cultivava algodão, café, milho entre outras culturas.

O período da Estrada de Ferro do Dourado ele também recorda-se com ânimo. Lembra que a cidade era bastante movimentada, mas pondera ao afirmar que hoje o movimento é maior. “No passado tudo era feito a pé. Hoje, Dourado cresceu”, acredita.

Também gostava de ir ao cinema, “mas dai veio a televisão e acabou” com o antigo hábito.

Disposição para o trabalho é com ele mesmo — acorda todos os dias às 6h30 da manhã e só vai se repousar às 22h. Alegre e bem humorado, seu Indalécio é exemplo de um douradense que merece ser homenageado por tudo o que fez pelo progresso de Dourado.

Fonte de Pesquisa: JC Um jornal a serviço da cidadania. (página 8 – Ano 1 – Edição 13 – Dourado, fevereiro de 2011).

Jornalista Responsável: Silvia Guerra – Mtb. 13,333.
Contato:

Colaboração: Edson Alves da Fonseca.



















Ver também:

Dourado nas décadas de 40, 50 e 60.


Lanchonete Babalú (1976).


O Último Trem (Ferrovia Douradense).


Dourado em 2 Tempos.


Escola Rural, Bairro do Bebedouro – Dourado.


Banda Marcial de Dourado.


Uma preocupação com a História de Dourado.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Programa Tudo é Possível destaca a cidade de Dourado como ponto turístico.



Nos dias 28 e 29 de janeiro recebemos no Santa Clara Eco Resort a equipe da Rede Record junto com a modelo/apresentadora Danielle Souza ( mulher samambaia ) para gravação do Programa Tudo é possível apresentado por Ana Hickmann nas tardes de Domingo.
A gravação foi referente ao quadro do programa " Férias Luxo x Férias Farofa". Onde o Santa Clara Eco Resort serviu como cenário para gravações das Férias Luxo, destacado com um ótimo lugar para se passar as férias, foi abordado sua localização na cidade de Dourado, citada no programa como :
Região considerada estação climática por seu ar puro e clima ameno durante o ano todo, com o turismo ecologico sendo sua marca registrada, com rios, matas virgens, e cachoeiras belissimas que fazem da cidade o lugar perfeito para quem gosta da Natureza.
Durante as gravações a equipe pode vivenciar o dia-a-dia das atividades do Eco Resort. Para realização da cavalgada aquática visitaram a fazenda Santana, e para descer a mega tirolesa de 35 metros de altura e 270 metros de extensão, puderam observar nosso vale com cachoeira.
A gravação foi ao ar no domingo dia 06/02/2011, e teve um ótimo retorno e reconhecimento, o que garante cada vez mais turistas e pessoas em busca de um Resort com atrações localizado em meio a natureza privilegiada como a cidade de Dourado.
Quem desejar assistir ao quadro do programa acesse o perfil do Santa Clara Eco Resort no youtube, e confira como foi a gravação.



Fonte de Pesquisa: JC Um jornal a serviço da cidadania. (página 8 – Ano 1 – Edição 13 – Dourado, fevereiro de 2011).

Jornalista Responsável: Silvia Guerra – Mtb. 13,333.
Contato:

Colaboração: Edson Alves da Fonseca.
 


Fotos na Santa Clara Eco Resort com a modelo Danielle Souza.












Ver também:



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O Último Trem - Estradas de Ferro do Dourado.

(Informativo Municipal, 19 de Maio de 1990, página 7).
O último trem regular circulou em 31 de julho de 1966. A última composição partiu as 19 horas e 30 minutos, conduzindo o guarda-trem, o foguista, o maquinista e não mais de dez passageiros. Estes juntos a outros tantos, fazendo do trem seu meio de locomoção havia anos seguidos, estavam sentindo um golpe de morte deferidos contra seus peitos onde batiam corações agora tristes. Se de Janeiro/61 até 31/07/68 a ferrovia sobreviveu, esta sobrevivência deveu-se as bem elaboradas reportagens do “Jornal de Dourado”, redigidas pelo notável ferroviário e jornalista douradense Adelino Franco e as intensas ações de homens públicos douradenses daquele período de 1961 a 1966.

Não foram batalhas inúteis pois estenderam a vida da Estrada de Ferro por mais seis anos, lutando contra uma filosofia implantada de que, caracterizava a deficiência econômica do ramal, este teria de ser suprimido.

De nada valeram os serviços prestados de 1900 até 1961 diante das avaliações de desempenho realizadas no final da década de 50 e no início da década de 60 e que culminaram com o Decreto No. 37.965, extinguindo a ferrovia.

Antes destas avaliações foram desencadeadas ações para reverter o quadro deficitária?

Possivelmente não pois senão teria havido investimentos, aplicações de técnicas mais modernas de manutenção e de gerenciamento, mudanças de rotas que reconduzissem o trem bitola métrica, de tração diesel-elétrica ou a vapor, a seus trilhos, estes sim deveriam ter sido substituídos por já terem atingido vida útil de cerca de sessenta anos. Dormentes e fixações teriam de ser renovados, também.

Transpostos os valores destas substituições para planilhas de custo afloraria imediata conclusão:
Investimento elevado com minúscula taxa de retorno ao longo de incontáveis anos.
Estava consagrado o motivo da supressão:
Dispende-se menos verbas removendo trilhos e dormentes e instalações fixas do que implantando uma superestrutura mais moderna (trilhos e dormentes mais resistentes fixações e lastro pedra) o material rodante – locomotivas, carros e vagões – estando com o limite de vida útil atingido (exceto as locomotivas diesel-elétricas, adquiridas em 1958), já está amortizado é prenúncio de investimento ainda já cumpriu seu papel; substituí-lo mais significativos.

Além do mais a rodovia asfaltada SP-215 já existe aberta ao tráfego e, estando apta a escoar o transporte de cargas, por caminhões e veículos similares e o de passageiros, por ônibus ou automoveis fará com a supressão do trem nenhuma falta a esta cidade e outras da região servidas da estrada de ferro...
Brevemente dela ninguém mais se recordará...

Entretanto, decorrido um espaço de tempo proximo de 24 anos – quase um quarto de século – muitos ferroviários aposentados, filhos e netos de ferroviários (que a conheceram!) jamais se olvidaram porque mormente os ferroviários emprestaram 25, 30 ou 35 anos de sua força de trabalho para movimentá-la, fazer seu apito ecoar nas horas previstas quase que se permitindo acertar relogios...

Ramal deficitário: este o codinome que conduziu a extinção das linhas da ex-Companhia de Ferro do Dourado, 317 quilômetros partindo de Ribeirão Bonito rumo a Novo Horizonte – a linha tronco – ramificando-se de Tabatinga a Itápolis, de Trabijú a Dourado, de Trabijú a Posto Rangel com novas bifurcações para Jaudourado e Bariri.
Em Ribeirão Bonito e Jaudourado, conexão com a Companhia Paulista de Estradas de Ferro (CPEF) e em Itápolis, conexão com Estrada de Ferro Araraquara (EFA).

Uma notável ponte metálica em arco, com vão de 30 metros cruzando o rio Jacaré-Pepira na região do Obelisco (marco geométrico indicador do centro geográfico do Estado de São Paulo), a serra de Trabijú com rampa de 2,5 por cento vencida por simples aderência, longos trechos em reta e nível permitindo velocidades de até 55 ou 60 Km/h, telégrafos para comunicação entre estações, “staff” como sistema de liberação de trens, em suma uma ferrovia de concepção antiga mas funcional e segura! Indubitavelmente a existência de déficits entre tanto terá havido plena ciência de que medidas para gerar superárits foram adotados?

As certezas atuais e vigentes são as de que não há mais 317 Km de ex-CEFD e  de que há centenas de pessoas que nunca esquecerão os ruidosos e brilhantes dias de ouro da Companhia de Estradas de Ferro do Dourado, mesmo depois de ter sido encampada pela ex-CPEF em 1946.

Uma historia de presente e passado nada sustenta se não lhe for agregada a componente dorsal: o futuro!

O futuro é imponderável; contudo na razão em que medidas presentes lastreiem-se em exemplos e ocorrências dignos e historicos, as árvores do futuro florirão flores perfumadas e ornamentais e frutificarão frutos atraentes e nutritivos tornando consistentes e reais os sonhos de uma gente que anseia a luta por dias que cruzem portas abertas e caminhos mais lúcidos, fecundo, justo, humanos e que se estendam os trilhos do progresso!

J F VERNÁGLIA





Ver Também:


Jornal Informativo de Dourado (1990).



Lembranças da Maria Fumaça.



Companhia Douradense das Estradas de Ferro.



As Escolas de Dourado e o Meio Ambiente.



Livro: “Evocação” (Cecília Braga).



Dourado Clube e Uaru Clube.



Dourado (Praças e Ruas).