terça-feira, 3 de novembro de 2009

Cartas da Segunda Guerra Mundial




Nesta publicação vou descrever uma das histórias que mais marcaram a minha emoção. Tive o conhecimento que minha avó Justina Agnelli Varella, guardava com todo carinho, por muitos anos, cartas de seu irmão que serviu a II Grande Guerra Mundial. Germano Agnelli, meu tio-avô, serviu ao exército brasileiro e quando estava em Roma para combater o Fascismo de Mussolini, escrevia cartas a todos os irmãos e a seus pais. Na verdade, foram dois irmãos à Guerra: Germano Agnelli e Torelo Agnelli mas tenho apenas as cartas de Germano que retratava momentos desde o embarque até os mais difíceis que conviveu diante da guerra.
Somente para reportarmos um pouco na história e entendermos que a Itália Fascista, liderada por Benito Mussolini estava dividida e apoiava o “nazismo” de Adolf Hitler na Alemanhã.
A intervenção da Itália (com início em 10 de Junho de 1940) na Segunda Guerra Mundial como aliado da Alemanha trouxe o desastre militar e resultou na perda das colônias no norte e leste africanos bem como a invasão americano-britânica da Sicília em Julho de 1943 e o sul de Itália em Setembro de 1943. (Fonte: Wikipédia, http://pt.wikipedia.org/wiki/Fascismo#Defini.C3.A7.C3.A3o
A Segunda Guerra Mundial foi um conflito bélico ocorrido no Século XX, envolvendo as forças armadas de mais de setenta países, opondo os Aliados às Potências do Eixo.
A guerra começou em 1 de setembro de 1939 com a invasão da Polônia pela Alemanha e as subseqüentes declarações de guerra da França e da Grã-Bretanha, prolongando-se até 2 de setembro de 1945.
Em estado de guerra total, mobilizou mais de 100 milhões de militares, e causou a morte de, aproximadamente, setenta milhões de pessoas (cerca de 2% da população mundial da época), a maioria das quais civis. Foi o maior e mais sangrento conflito de toda a história da Humanidade.
As principais nações que lutaram pelo Eixo foram: Alemanha, Itália e Japão. As que lutaram pelos Aliados foram, principalmente: Grã-Bretanha, França, União Soviética, Estados Unidos e China.
A guerra se encerrou com a rendição das nações do Eixo, seguindo-se a criação da ONU (Organização das Nações Unidas), o início da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética (que emergiram do conflito como super-potências mundiais) e a aceleração do processo de descolonização da Ásia e da África. (Fonte: Wikipédia, enciclopédia livre).


O principal papel do Brasil na Segunda Guerra Mundial era dar apoio total aos Estados Unidos, pois durante esta época (1937 – 1945) o país vivia a instalação de um Regime Militar comandado por Getúlio Vargas onde detinha um empréstimo de 20 milhões de dólares dos E.U.A. para a construção da Usina de Volta Redonda.
No ano de 1943, foi organizada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), destacamento militar que lutava na Segunda Guerra Mundial. Somente quase um ano depois as tropas começaram a ser enviadas, inclusive com o auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB).
Nesse breve período de tempo, mais de 25 mil soldados brasileiros foram enviados para a Europa. Apesar de entrarem em conflito com forças nazistas de segunda linha, o desempenho da FEB e da FAB foi considerado satisfatório, com a perda de 943 homens.

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Primeira Carta:

Rio, 21 de Outubro.
Minha boa mãe,
Saudações.

Em primeiro não me é possível escrever a tinta e nem tao pouco legível. Acabo de chegar ao Rio. Estou bem. Não pense em mim. Aqui recebemos de tudo. Nada nos falta. Embarcamos em São Paulo, quinta-feira, à noite. Joséfa ficou inconsolável. Precisamos ter paciência não é? Espero que a Senhora se conforme, não chore por mim. Sinto muito por todos que aí deixo. Partirei com o coração voltado para todos os que me são caros. Estarão todos em meus pensamentos. Mesmo nos momentos difíceis. Trabalhamos aqui normalmente.
A vida militar, é bem grande. Somos aqui homens de todos os estados.
Partiremos em fins de novembro. Tudo aqui nos encoraja, cada vez mais.
Temos bons chefes. E nada nos falta. Nosso conforto é bom. Aqui nada nos falta e lá nada também nos faltará.
A pátria precisa do nosso esforço. O dia de amanhã será para nós, muito triste, mas outros virão muito alegres e cheios de glória.
Aqui encerro esta missiva.
Recomendações e abraços a todos. Deste teu filho que pede a bênção.
Germano.”

Orai por mim.
Deus a ouvirá.
Adeus”.

Germano Agnelli – 3º Sargento.
3ª Companhia – 1º Batalhão.
Força Expedicionária Brasileira.
Sub-Grupamento de Infantaria.
Vila Militar.
Rio de Janeiro.


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Os Carneiros e a Estrela.