quarta-feira, 30 de julho de 2008

Histórico Centro Cultural de Dourado

*Em 2000 – inicia suas atividades, reunindo o acervo de três bibliotecas: Biblioteca Pública Municipal “Cecilia de Barros Pereira de Souza Braga”, Biblioteca Escola Municipal Antonio Monteiro Novo e Biblioteca da Escola Municipal Senador Carlos José Botelho.

*Histórico da Biblioteca Pública Municipal.

*05 de dezembro de 1984 – Criação da Biblioteca Pública Municipal de Dourado, Lei nº 391.

*04 de dezembro de 1993, denominação da Biblioteca Pública Municipal como Biblioteca Pública Municipal “Cecília de Barros Pereira de Souza Braga”.

*22 de agosto de 1994, entronização da Placa Denominativa da Biblioteca Pública no período do Departamento de Desenvolvimento Social (conforme Livro Ata – Ata nº 01).

*2000 – Transferência do acervo de pertences da Biblioteca Pública para o Centro Cultural.



Dados colhidos da Pasta da Biblioteca Municipal.


"Cecília de Barros Pereira de Sousa Braga"




Nasceu em 31 de julho de 1.908, quando o carrilhão do São Bento batia 3 horas e 30 minutos da madrugada mais fria do ano, em São Paulo, Capital, na rua Brigadeiro Tobias, No. 45, residência de seus avós maternos.
Pai - Everardo Vallim Pereira de Sousa, natural da cidade de Bananal, Estado de São Paulo.
Mãe - Antonia de Barros Pereira de Sousa, natural de Rio Claro, Estado de São Paulo.
Avós paternos: Conselheiro Pedro Luiz Pereira de Sousa e Dona Amélia Vallim Pereira de Sousa.
Avós maternos: Barão e Baronesa de Piracicaba.
Ali viveu do nascimento em 1.908 até 1.912. Por volta de 1.913, a família mudou-se para a Instituição Disciplinar de Menores no Belenzinho, na avenida Celso Garcia, No. 353, onde seu pai exerceu o cargo de diretor e responsável, com sua postura educacional das mais evoluídas, durante 30 anos.
Cursou o Colégio Stafford, São Paulo, até os 12 anos. Os recursos parcos provenientes do trabalho do Dr. Everardo e a distância da instituição dos centros urbanos, impossibilitava aos seus filhos de freqüentarem um colégio, por isso Dona Antonia, contratou uma professora para educar seus filhos em casa. Era Dona Funny Doebili, uma senhora suiço-alemã, que ministrou os ensinos aos filhos do casal, na língua francesa, por quatro anos.
Em seguida internou-se no Colégio Des Diseaux de Freiras belgas, em São Paulo, onde estudou literatura e terminou o curso ginasial.
Freqüentando a mais alta sociedade de São Paulo e Rio de Janeiro, por ocasião do mandato presidencial de seu tio Washington Luís, teve por oportunidade de conhecer palácios onde eram realizados os bailes oficiais. Nessas cerimônias teve oportunidade de conhecer e conversar com casais de embaixadores de diversos países, sempre em francês, que era a língua oficial (1.926 à 1.930) o que foi muito interessante.
Tempo de esplendor, luxo, beleza e muita riqueza. Dourado entretanto não saía do seu coração: sempre que podia vinha à Fazenda Santa Clara, que fora comprada pelos seus pais no final do século passado. Entretanto... a crise do café em 1.929 seguida da crise militar em 1.930, veio por fim à essa vida de sonhos. A linda casa construída pelo famoso arquiteto Mário Wately na Alameda Jaú, então sua residência, fora alugada e mudou-se para a fazenda Santa Clara, onde veio a se casar com Arcílio da Silva Braga (Ben Braga). Casamento este ocorrido em 07 de março de 1.934.
No civil - Realizado pelo 1.o Juiz de Paz Mário de Arruda Penteado e Benedicto Alves de Toledo, Oficial do Registro Civil, serviram como testemunhas: Domingos Faro, Francisca Buzá Faro, Gastão de Mello Oliveira e Maria de Abreu Oliveira, às 17:00 horas, na Fazenda Santa Clara;
No Religioso - Celebrado pelo Revmo. Padre Manoel Theotonico Macedo Sampaio, da Paróquia de São João Batista, tendo como padrinhos: Souza Mello, Sra. Cuba, José Buzá e Leontina Braga Buzá.
Tiveram um casal de filhos: Antonio Luiz (falecido aos 5 meses) e Anna Cecília, residente atualmente em Campinas, São Paulo. Mudou-se para Rio Claro, SP, em 1.940, conseguindo uma colocação na Secretaria da Fazenda, através de Dr. Coriolano de Góes, Secretário da Fazenda e ex-auxiliar de seu tio Washington Luís, no Palácio da Ganabara.
Haviam duas vagas: uma na coletoria de Rio Claro e outra em Santa Rita, Estado de São Paulo.
Certamente preferiu Rio Claro, o berço de sua família pelo lado materno, pois que hoje sua mãe repousa no jazigo dos Viscondes de Rio Claro, seus avós.
Nessa cidade, além de seu trabalho, obteve grande número de alunos de francês, pois naquela época era obrigatório esse idioma no ginásio.
Exerceu por algum tempo suas funções de funcionária pública em Dourado. Transferiu seu cargo definitivamente para Campinas onde se aposentou, com firmes amizades.
Tendo cumprido esta missão, regressou para Dourado, onde seu pai havia trabalhado arduamente no princípio do século, não só para formar a fazenda, como pela emancipação política do Município, onde foi o primeiro Presidente da Câmara Municipal, luta esta desenvolvida ao lado do seu chefe e maior amigo Dr. Carlos José Botelho, Secretário da Agricultura, Colonização e Imigração, no problemático serviço de aclimatação do homem à terra.
De longa data vinha compilando artigos e crônicas feitas por seu pai, natural de Bananal, Estado de São Paulo.
Juntou-os em pequeno livro intitulado "EVOCAÇÃO", lançado em Campinas, na Livraria Papirus e em seguida Dourado, auxiliada por membros da alta sociedade e prestigiada pelo Rotary Clube de Dourado. Compôs também três músicas, sendo uma delas a glorificação do saudoso "Trem de Dourado" e as outras duas se encontram impressas no próprio livro.
Ultimamente colaborou com a Folha de Dourado, escrevendo diversos artigos sobre a cidade, tais como: O Escorísmo em Dourado, Dona Claudina, Os Barões de Dourado etc...
Sentiu-se honrada com o convite que obteve para doar o seu nome para a biblioteca da cidade que sabe amar, através da Lei Municipal N.o 744, de 04 de novembro de 1.993.
Espera que esta biblioteca ajude a comunidade e escolares em suas pesquisas e desperte o maravilhoso e sadio hábito de LEITURA.


UM SONHO
"Se Pudesse um dia ser rica novamente, construiria numa vasta área muitas casas para amparar pessoas queridas, que fizeram parte da minha vida e ainda vivem, numa situação difícil... Assim além de ter companhia tão grata, realizaria um antigo sonho".
"Cecília Pereira de Sousa Braga"
Reportagem: Paulo Elias de Menezes.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Autores e Obras de Nossa Terra

Nossa cidade dispõe de vários autores que possuem suas obras divulgadas no cenário brasileiro da literatura e estão a disposição para consulta na Biblioteca Pública Municipal.
* Cecília de Barros Pereira de Sousa Braga - Evocação (Romance Brasileiro);
* Profa. Suely Baldin Pelaes - Física 1 Mecânica, Física 2 Térmica e Óptica, Física 3 Eletromagnetismo;
* Sra. Miltes Bueno Galassi - Hino de Dourado, Co-produção Antologia Poética (Poesias Brasileiras), Timor "Poemas de Esperança" (Poesias Brasileiras) entre outros livros publicados;
* Sra. Cláudia Maria Galassi Doreto - Antologia Jovem (Lit. Infanto-Juvenil);
* Sra. Maria Cecília de Azevedo Malheiro - Lampejos (Crônicas Brasileiras);
* Vanda Pereira Donadio - Catarina Cabeça de Pudim (Lit. Infanto-Juvenil);
* Srta. Ana Keylla Munhoz - Esperanças (Poesias Brasileiras);
* Dr. Carlos Paulo Cavasin Jr. - A Cultura do Girassol (Agronomia);
* Sr. Alessandro Fantin - As Latinhas Falam (Lit. Infanto-Juvenil);
* Sr. Francisco César Talarico - Antologia Poética 2000 e Talentos de um Novo Tempo (Poesias Brasileiras);
* Sr. José Francisco Vernáglia - Analogias Simétricas (Poesias Brasileiras);
* Prof. Jorge do Carmo de Freitas - Sonambulando (Poesias Brasileiras);
* Prof. Dr. Gilberto Braga - Introdução à Métodos Cromáticos (Cromatologia);
* Prof. Dr. Marcos Macari - Doença das Aves e Fisiologia Aviária Aplicada a Frangos de Cortes (Avicultura);
* Prof. Dr. Orivaldo Tavano - Curso de Radiologia em Odontologia;
* Sr. João Jacob Klain - Poemas (Poesias Brasileiras).
Hino de Dourado
Quando em Tempos distantes
Em que os bravos bandeirantes
Desvendavam os sertões
Buscavam pedras preciosas
Atrás de si uma clareira
Aberta na trilha aventureira
Princípio de civilização
Solitárias choupanas levantadas
As poucos eram habitadas
Surgindo a população
REFRÃO:
Se a vida é um régio presente
Que o Senhor tão generosamente
Concede a todos os filhos seus
Nossa querida Dourado
Nascer no teu solo amado
Privilégio dado por Deus
Sem sentir foi crescendo
O povo então foi requerendo,
De um padroeiro a proteção
Veio São João Batista dos Dourados
Mas o vizinho Bebedouro
Instava por si o logradouro
Foi lá que no início se instalou
Pois o santo, conforme diz a lenda
Por conta decide essa contenda
Então padroeiro se tornou!
REFRÃO:
Assim a cidade que cresceu
E tantas belezas recebeu
Até a ferrovia que partiu
Agora a lembrança permanece
Chegando o fim da jornada
E a nossa missão já terminada
Enfim a hora de partir
Deus concede repouso neste abrigo
No chão amado tão amigo
Para sempre o seu calor sentir
REFRÃO:
Poesia: Sra. Miltes Bueno Galassi.


Falar do Próximo
Não gosto de falar do próximo
Essa frase me surgiu
Falá da vida do João Branco
Ele mesmo é que pediu
Há tempo ele mora no sítio
Muita roça ele carpiu
Resolveu largá daquilo
Veja o ramo que seguiu
Vendê bilhete de loteria
Muito bem ele saiu.
Levô sempre a vida mansa
Boa casa possuiu

Pra falá do que eu sei
Pra isso sô muito franco
35 anos vendeu bilhete e
Até hoje por enquanto
Não deu a sorte pra Dourado
Nem com promessa pra algum Santo
Até parece impossível
Representa um encanto
Té mudaro o nome dele
Que lastrô por todo canto
Nome próprio é João Braga
É conhecido por João Branco

Braga tinha uma freguesia boa
A dinheiro ou até fiado
Onde tinha o Nardinho
Que tava sempre ao seu lado
Comprava bilhete em pedaço
E também bilhete fechado
Sendo um rapaz honesto
Seus negócios legalizado
Sempre pagou suas contas
Em prazo e dia marcado
Assim fala quem conhece
Todo o povo de Dourado
...........................................

... A vida seria um paraíso
Se todos tivesse união
mas pelo orgulho e vaidade
Aí reina a separação
Ninguém vê que a vida é uma passagem
Ninguém se perde por ser bão
O que não quer a ti não deseje a outros
Esta é a nossa obrigação
Se assim todos procedesse
A verdade conhecesse
Ninguém freqüentava a grade da prisão.

Trechos de "Poemas" do Senhor João Jacob Klain.


quarta-feira, 23 de julho de 2008

Cia Estrada de Ferro do Dourado - "Douradense"

Uma Passagem no Tempo - A História da Douradense. (por Flávio Darini)


Foto aérea no site http://br.geocities.com/cefdourado/ , colaborador: Alberto Henrique Del Bianco (Curador do Museu virtual da Cia. Douradense).




Este ano a Douradense completaria 108 anos se o governador Laudo Natel, em 1966, não tivesse assinado uma lei tirando-a do mapa do Estado de São Paulo. Preocupada com a preservação da memória, a Prefeitura de Dourado transportou para um galpão na cidade a locomotiva número um, que estava na fazenda Angélica, onde eram mantidas as ferragens da máquina para evitar a ação do tempo. Com essa iniciativa, organizou-se a preservação da memória de uma estrada de ferro que foi a vida de Dourado.

O Começo
O desenvolvimento da malha ferroviária do Estado de São Paulo é obra do empenho dos seus próprios habitantes, que viam em seus trilhos a oportunidade do progresso. A pequena ferrovia, que recebeu o nome Estrada de Ferro do Dourado do Vale, em função do principal rio do seu trajeto, nasceu da expansão das lavouras de café e outras culturas que estavam distantes dos trilhos da Cia Paulista de Estradas de Ferro. A Douradense, como ficou conhecida, iniciou o projeto de construção em Agosto de 1899. Em outubro de 1900 foram abertos os primeiros dez quilômetros até Ferraz Salles, partindo de Ribeirão Bonito onde, na época, era a estação final da Cia Paulista. Por mais de seis décadas a Douradense impulsionou a vida da cidade, tornando-se o centro de tudo o que acontecia, contribuindo para a expansão das fazendas e dando vazão às mais diversas culturas.

O Fim
Puxada pela locomotiva preta, com a borda da chaminé em dourado, em uma noite de julho de 1966, a última composição partiu com o maquinista, o foguista, o guarda-trem e alguns passageiros em sua viagem de volta. Nesta noite, o chefe da estação José Antonio Oliveira César, conhecido como "seo" Ripa, hoje com 92 anos, estava lá, sonhando com uma possível volta da Douradense. Entre crianças que viviam brincando no pátio da estação, e casais apaixonados com os olhos em lágrimas, a locomotiva soava o seu apito de adeus. Após a saída, exatamente a última, "seo" Ripa trancou a porta do escritório e afastou-se de cabeça baixa em direção à sua casa.




Celso Poli, chefe de seção, companheiro de "seo" Ripa, hoje com 73 anos, recordou o dia mais triste na história da Douradense. O caso, marcado na lembrança de toda a cidade por longos anos, aconteceu em uma época de muita chuva na região. O córrego que cruza o município de Boa Esperança do Sul transbordou e a locomotiva tombou em meio as águas, matando o maquinista. O acidente aconteceu e logo após, na tentavia de desobstruir o trecho, a locomotiva de socorro chegou e um funcionário com um varão na mão, puxando as ferragens, não observou os cabos de energia que existiam para a iluminação, acabou levando uma descarga elétrica e também morreu eletrocutado.
"Eu era muito jovem na época e este fato incomum, pois os acidentes ferroviários eram raros, deixou a cidade chocada" - disse. Em acidentes com duas mortes e o ecoar do apito da última viagem foram os fatos mais tristes da época da Douradense.
"Agora, com a recuperação da primeira locomotiva, quem sabe a população possa se interessar pela história da Douradense, e saber da importância que teve para o desenvolvimento de toda a região. A Douradense nunca devia ter morrido", finaliza Celso.






Publicação da Revista Crônica (2007) 1º Aniversário, Edição nº 05, ano 02.



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segunda-feira, 21 de julho de 2008

Maria Fumaça

Porta com o Mundo.

De acordo com José Baptista, 73 anos, trinta dos quais trabalhando como funcionário da Companhia Paulista S/A, onde ingressou em 1949, justamente o ano em que esta encampou a Douradense, na estação de Bocaina trabalhavam oito funcionários, sendo dois chefes, um conferente, três portadores e dois auxiliares. Outras pessoas da cidade estavam empregadas na ferrovia, principalmente nos serviços de manutenção dos trilhos.

Baptista trabalhou na estação de Bocaina durante dois períodos, entre 1953 a 1955, para onde veio transferido na função de auxiliar-responsável pela bilheteria e despachos de bagagem - da estação da Companhia Paulista em Marília, e entre 1963 a 1966, quando voltou efetivado na função de chefe. Antes da sua primeira passagem por Bocaina, já havia trabalhado como telegrafista na estação de Santa Rita do Passa Quatro.

Entre suas muitas memórias do período em que trabalhou está a de um incidente ocorrido com uma locomotiva de carga, no momento em que esta manobrava próximo à plataforma e um dos vagões acabou se soltando da composição, indo parar a cerca de 1,5 quilômetros do local. "Foi muita sorte (o vagão) não acabar pegando nenhuma pessoa sobre os trilhos", comenta.

Sobre a movimentação na estação nas tardes de domingo, ele recorda: "Você quase nem conseguia andar na plataforma. Era muita gente que queria ver a chegada e a partida do trem. E também porque todas as novidades chegavam pela ferrovia.

Os jornais diários, as mercadorias adquiridas pelas casas de comércio que funcionavam na cidade e os filmes que seriam exibidos no Cine Jequitibá".

Se hoje algumas pessoas chegam a ficar impacientes quando não encontram na mesa do café o seu jornal diário, que chega à cidade nas primeiras horas da manhã através dos ônibus, imagine o que era se inteirar das notícias do dia anterior apenas próximo do horário do jantar.

Apesar de sua lentidão se comparada aos meios de transporte hoje existentes, a Maria Fumaça heroicamente seu papel no fomento das atividades comerciais e industriais da cidades por elas servidas. Sobretudo as fazendas de café, responsáveis pela principal fonte de riqueza dos municípios do interior até boa parte do século passado, deveram muito de sua pujança às facilidades oferecidas pela ferrovia para o escoamento de sua produção.

Baptista afirma que, se fosse hoje, as pessoas nem sentiriam a desativação da ferrovia. Mas em 1966, quando de fato ela ocorreu, o sentimento reinante entre os bocainenses foi como se a cidade tivesse vendo ser fechada a sua porta com o mundo exterior: "Na época, além do principal meio de transporte, Bocaina perdeu também seu ponto de encontro nos finais de semana".

Quando soube da notícia de que a estação de Bocaina estava para ser desativada, depois de ser incluída numa série de ramais considerados deficitários pela Companhia Paulista, Baptista foi até o presidente da Câmara Municipal da época, numa tentativa de encontrar apoio para a permanência da ferrovia na cidade. O esforço foi em vão. No dia 15 de setembro de 1966 a estação recebia a sua última locomotiva. Nesse mesmo dia, Bocaina sofreu ainda uma outra perda. O Banco Paulista S/A, que tinha sua agência no prédio onde hoje está localizada a prefeitura, encerrava definitivamente as suas atividades na cidade. Os bocainenses, por sua vez, encerravam uma convivência de pouco mais de meio século com a Maria Fumaça, cujas lembranças vão continuar ressoando na memória das pessoas que a conheceram como o apito estridente que ela soltava na estação a cada chegada e partida.

Locomotiva Nº1 tem projeto para voltar a rodar, em Dourado

A locomotiva esta de volta para a cidade de Dourado. Ela se encontra protegida do sol e da chuva no antigo Matadouro Municipal, onde irá receber todas as condições para que seja restaurada.



terça-feira, 15 de julho de 2008

E. E. Dr. Salles Júnior

Dr. Antonio Carlos de Salles Junior.
Patrono do Colégio e Escola Normal Estadual
"Dr. Salles Junior" de Dourado.


BIOGRAFIA:
O ilustre paulista extinto nasceu em Campinas, aos 22 de janeiro de 1884 e era filho do Coronel Antonio Carlos de Salles e de Dna Ana Cantinho Salles, já falecidos.
Deixa viúva a Sra. Bartira de Pádua Salles e os filhos: Dr. Antonio Carlos de Salles Filho,
Secretário da Justiça e Secretário Interino do Governo, casado com Dona Maria Mercedes Barros de Salles;

Iolanda Salles Freire, casada com o Sr. Vitor do Amaral Freire, chefe da Assistência Técnica do Tribunal de Contas do Estado; Antonieta - Salles Junior, já falecida, deixa vários netos.
Era sobrinho e continuador político do grande presidente Campos Salles, por disposição deste.
Formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1905, tendo sido autor do Manisfesto Acadêmico de 1905.
Foi eleito Deputado Estadual para a legislatura de 1910 a 1915, assinalando sua passagem a criação da Caixa Econômica Estadual. Deputado Federal de 1915 a 1927, o seu talento e profundo conhecimento da Administração da coisa pública revelaram-se na reforma da Lei de Tarifas, na Lei do Imposto de Renda, Unificação Internacional do Direito Cambial, da Defesa do Orçamento de Guerra, no pagamento da Moeda de Ouro, na exegese da Doutrina de Monroe, e em todas as relações do Orçamento no Código de Contabilidade Pública.
Assinou tão notável parecer sobre a Instrução Pública, que a Liga Nacional o editou e distribuiu em larga escala por todo o país. Foi membro da Comissão de Diplomacia e Tratados e da Comissão de Finanças.

No dizer do grande Calógeras, era a maior figura da bancada federal paulista, que tinha vultos como Cincinato Braga, Herculano de Freitas, Álvaro de Carvalho, Cardoso de Almeida, Villaboin e Júlio Prestes.

Dele dizia Herculano de Freitas, que era o maior de seus liderados. Em 1925 foi representante do Brasil na Conferência
Interparlamentar de Roma.

Em 1927, assumiu a Secretaria da Justiça, tendo criado o Manicômio Judiciário do Estado e reorganizado a Força Pública.

Verificando o "craque" de outubro de 1929, foi chamado a exercer concomitantemente, a pasta Fazenda, que exerceu juntamente com a da Justiça e da Segurança Pública, até 27 de março de 1930, tendo sido também presidente do Instituto do Café, ocasião em que ficou somente com a Pasta da Fazenda, que deixou em 24 de outubro de 1930.

A Revolução de 1930 respeitou-o, tendo sido o único Secretário de Estado deposto a não ser preso. Sujeito aos Tribunais de Exceção de Juntas de Sanções, recusou defender-se. Depois de 1930, cuidou da reorganização do Partido Paulista, tendo sido o seu Presidente na fase da Comissão de Emergência, ao lado de Altino Arantes, João Sampaio e Oscar Rodrigues Alves, seus companheiros de todos os tempos.

Em 9 de maio de 1938, ocupou novamente a Pasta da Fazenda, reorganizando as Finanças do Estado. Dirigiu a Pasta até 11 de novembro de 1939, ocasião em que assumiu a Presidência do Instituto de Presidência do Estado, que é a sua criação e que exerceu até junho de 1947.

É autor de diversos trabalhos parlamentares. Tribuno de renome foi advogado de nomeada e companheiro de banca de Estevão de Almeida. Estudioso de economia, finanças, história, filosofia e direito constitucional.

Escreveu "O Idealismo Republicano de Campos Salles", livro clássico de interpretação da obra política de seu ilustre antepassado e deixa entregue a impressão um notável estudo denominado "A margem da política".(Dos arquivos do estabelecimento).

São Carlos, 04/09/1973.
N.C. Lima

A Escola Estadual Dr. Salles Júnior tem seu ato de criação em 09 de fevereiro de 1953 até então denominada Ginásio Estadual de Dourado.
As modalidades de Ensino atualmente oferecidas são: Ciclo II - Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries) Escola de Tempo Integral, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos. Porém já foram oferecidos modalidades de ensino regular, supletivo, mobral, EJA, etc, originalmente oferecidas de 1ª a 4ª séries do curso ginasial.

Gestores que passaram pela Instituição
(Nome e Período em que exerceram o cargo):
EMANUEL INNECO - 1953
LAIR FONTES PIEDRA - 1954 a 1956
LOYDE AMÁLIA FAUSTINI - 1957
MARIA MENEZES NEGRI - 1958
JOÃO GUALBERTO MAFRA MACHADO - 1959
PAULITA VASCONCELOS - 1960
ANTONIO MONTEIRO NOVO - 1961 a 1963
ADALGISA BUENO - 1964
EDMÉA DE AGOSTINI - 1965
JOAQUIM JOSÉ CALDAS DE SOUZA - 1966
MARIA APARECIDA GENOVEZI - 1967 a 1968
ANTONIO MONTEIRO NOVO - 1969 a 1974
NEWTON RAMOS DE OLIVEIRA - 1975 a 1979
MARIANNA PEREZ MUNHOZ - 1980 a 1981
ANTONIO MUNHOZ FILHO - 1982 a 1986
JOAQUIM JOSÉ CALDAS DE SOUZA - 1987
NEUSA IANHEZ BUZZUTTI - 1988
MARIANNA PEREZ MUNHOZ - 1989 a 2000
WILMA EMA CELESTINO GAYOSO - 2001
MARTHA FOSCHINI DE LIMA - 2002 a 2003
SILVIA RENATA GAZARINI - 2004
MARTHA FOSCHINI DE LIMA - 2005
RITA MARGARIDA TORRES BUZZÁ - 2005
NEUSA IANHEZ BUZZUTTI - 2005
OSWALDO FRANCELIN JUNIOR - 2005 a 2006

Escola Estadual ontem e hoje:




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